Meu momento....

A gente compartilha um tanto aqui e ali sobre a nossa vida... E espera (ao menos eu cometi esse erro), que o outro compreenda nossas preocupações, dificuldades, sofrimentos, desejos com igual teor ao que você vivencia. Mas nos esquecemos que, a vida é particular a quem vive, os sentimentos são vivenciados somente pelo dono dessa vida... e a interpretação do outro, nunca será fidedigna!

Eis que, quando você espera a compreensão do outro, dá com os burros na água!

As vezes eu me questiono qual tipo de mensagem eu passo para as pessoas, comentando sobre sabores e dissabores... Sobre coisas de importância ou futilidades do dia a dia. Me peguei pensando nisso, após vir à tona a discussão que surgiu com uma amiga, por um assunto extremamente futil, que a incomodou, e por conseguinte também me incomodou, após eu ler seu comentário. Fiquei refletindo tanto, que isso me causou uma bela dor de cabeça.

O fato de eu não parar de falar na Holanda, de estar feliz, parece incomodar demais algumas pessoas, ou por patriotismo, ou por inveja, ou porque elas simplesmente se enchem de me ouvir respirar isso.... Mas quando a gente está feliz, quer compartilhar COM AMIGOS, não é mesmo!? Talvez este seja o erro!

Passei a refletir, onde foi que eu escrevi, ou falei que a Europa é uma maravilha e o Brasil não? Isso está na cabeça de quem pensa que Europa é o paraiso, e na minha cabeça isso não existe! Eu não estou voltando deslumbrada, eu não estou esperando tulipas no meu jardim! Eu estou esperando por grande nevascas, porque nada na vida é de mão beijada!

Quando comento das minhas expectativas com esse recomeço, mencionando ou não alguns defeitos de meu pais, as pessoas se doem, é como eu fosse a traidora que deixa o seu berço esplêndido... Mas quando enumero os defeitos de outro país, passa batido, não tem graça, porque não há dados valiosos pra me criticar... Tudo que sabem ouvir, é a critica ao produto brasileiro, a um sistema do Brasil! Ah, faça-me o favor, vai se tratar!

Paraa... eu não sou de lugar algum! Eu não me vanglorio de que vou pra Europa ver moinhos, vaquinhas e tulipas... Eu estou sim empolgada, eu estou sim feliz, ansiosa... Eu estou faiscando, porque depois de 5 anos ajudando quem eu amava, posso agora dar rumo a minha vida e cuidar da família que eu criei! Sim, CUIDAR DA FAMILIA QUE CRIEI!!! Conseguem entender o alivio e a felicidade disso? Alguns talvez sim, outros talvez não, outros vão ler, e vai passar batido...

Enfim, eu estou próximo aos 40, em nem me venha dizer que estou deslumbrando... Eu estou casada há quase 8 anos.... Eu já morei nos Estados Unidos, na Hungria, agora vou pra Holanda, e depois pra Alemanha... e deslumbre não é uma palavra adequada pra mim! Nem mesmo quando estive aos meus 23 anos morando nos EUA, me achava deslumbrada.

Eu ralei pacas, trabalhei pacas... e nem turismo fiz! Tá, fiz 1 semana antes de voltar por pressão de amigos, que me achavam louca de morar em Miami e não conhecer a Flórida! Na Hungria o quadro foi diferente, e tive que virar dona de casa, pois estava sem saída... e isso também não foi fácil, porque eu não tenho perfil dondoca.

E quem foi que disse, ou aonde foi que um dia escrevi que quando eu morei fora, eu achava tudo colorido? Eu nunca achei fácil ficar longe do Brasil, eu nunca achei fácil conviver com discriminação, com gente grossa e com hábitos pra lá de esquisitos... Mas a gente se adapta! Eu me adaptei na marra, e quando voltei, tive que me readaptar por aqui, porque a gente se permite a seguir costumes e regras locais, pra viver em paz, mesmo não concordando com estes.

O que poucos ou praticamente ninguém entenda, porque a eles pouco importa entender, mas importa muito mais o JULGAR, é que para a minha família neste exato momento, o melhor lugar é a Europa! Qualidade de vida é algo muito questionável e particular. O que pra mim é melhor, para o outro não será! A pessoa tem que procurar o que se encaixa melhor ao seu perfil e ponto final!

As vezes eu queria pode explicar didaticamente, como uma professora de ensino fundamental, a determinadas pessoas que, eu não odeio o Brasil. Mas mesmo assim você assiste uma carinha de desdém, com olhinhos virados como quem está falando: “Conta outra, Fabi!”

Eu sei que não preciso me justificar a ninguém, e que tais pessoas não pagam minhas contas, mas é impressionante como a inveja é um bicho monstruoso!
Eu me lembro perfeitamente de quando fui pra Europa morar pela primeira vez... Cerca de 90% das pessoas de meu convívio eram contra, e ouvi frases pouco incentivadoras: “Coitadinha da sua mãe, que vai ficar sozinha”, “Você é louca”.... entre outras, do mesmo naipe. Cheguei a chorar no telefone, quando minha melhor amiga (da época) me chamou de louca, quando eu mais precisava ouvir um “Seja feliz” (e eu disse isso a ela!).

Mas, e agora? Agora, eu não sou a louca, não tenho mamãe pra ficar sozinha, então vamos procurar outros meios de urucar, não é mesmo?

Se eu crio expectativas, com a nova vida, se eu cito coisas bacanas do local a que estou indo, é porque estou confiante e feliz com novas possibilidades, e eu estaria assim se mudasse ali pra cidade vizinha!

Eu sei das mazelas do local, mas não vou ficar falando: "Estou mudando para onde quero, mas isso e aquilo é uma droga, sicrano é um saco, beltrano é um inferno, o sistema tal não funciona!" Oras, aonde ficaria o bom senso?

Essas reclamações virão sim! No seu tempo... na hora que eu as vivenciar, na hora que eu precisar de um desabafo! Quando vim pra cá, também não fiquei enumerando situações inadequadas com ar pessimista, antes mesmo delas acontecerem...
Porfavor, não esperem isso de mim. Sofrer por antecedencia não é meu feitio!

Desculpem o imenso texto, mas precisava desabafar!!!! Estou muito feliz, e sinto muito ter me enganado com algumas pessoas mais uma vez, e ver que ao invés delas torcerem a favor, ficam torcendo contra, distorcendo minhas palavras e desrespeitando esse momento tão especial na minha vida.

Beijos

Bibi